quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Psiquiatras doidarrões


1. Quando os médicos do Colégio de Psiquiatria destrambelham e conseguem que o Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos caucione o seu desvario é caso para profunda preocupação. A história tem-nos ensinado que quando esses profissionais tresloucam tornam-se inspiradores e cúmplices das maiores barbaridades através, por exemplo, da eutanásia, do aborto, da tortura, etc., – basta lembrar o papel que tiveram na perseguição demente que moveram aos dissidentes nos regimes comunistas com os consequentes internamentos e “tratamentos” forçados; as mortandades que provocaram em deficientes, eutanasiando-os, a invenção do gaseamento para as mortes maciças com a consecutiva aplicação nos campos de extermínio nazis; a descabeçada afirmação da gravidez como uma doença e a sucessiva elaboração de atestados para autorizar o aborto provocado, como se de uma terapia se tratasse.

A doidarraz posição dos delirantes membros do Colégio de Psiquiatria, hoje anunciada com grandes parangonas em tudo quanto é comunicação social, é patente, por exemplo, em asserções deste tipo: a) “ … não existe evidência científica que suporte uma intervenção que resulte na completa mudança de orientação sexual”. Trata-se obviamente de uma mentira colossal, contrariada pelos factos e por estudos credíveis de eminentes profissionais da saúde mental, publicitada com o propósito claro de induzir em erro as mentalidades, de modo a torná-las vulneráveis à investida da ideologia “gay”, agora consubstanciada na reivindicação do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, como uma fase decisiva na sua escalada pelo poder; b) “é generalizado o consenso entre os médicos psiquiatras de que não existe qualquer tratamento para a homossexualidade, pois esta designação não se refere a uma doença mas sim a uma variante do comportamento sexual”. Primeiro, o consenso não é generalizado; segundo, a afirmação de que não é uma patologia é ideológica e não médica; terceiro, dizer que não é uma doença porque é uma variante do comportamento sexual é tão desatinado como afirmar que a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade ou a necrofilia não são do foro patológico porque são variantes do comportamento sexual. Claro que são variantes, mas são variantes desvariadas, desvairadas, doentias.

Este parecer ao afirmar que “considerar a possibilidade de um tratamento da homossexualidade implicaria, nos tempos actuais, a violação de normas constitucionais e de direitos humanos” é claramente intimidatório para todos os terapeutas, em particular os psiquiatras, e subliminarmente insidioso para toda e qualquer pessoa de bom senso, inclusive pais, amigos familiares e Padres, que queira ajudar o ou a infeliz a reencontrar-se com a sua sexualidade natural, masculina ou feminina.

Por este andar dias virão em que a cleptomania deixará de ser considerada uma patologia para passar a ser uma variante do comportamento social e a piromania uma variante, sei lá, do comportamento rural.

2. Tenho vindo a insistir, ao que parece sem grande eco, nos textos que tenho escrito sobre este assunto, que o diabolicamente chamado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo (ou legalização das ditas “uniões”) implicará, tarde ou cedo, uma redução das nossas liberdades e direitos. De facto, a liberdade de expressão, a liberdade de consciência (não confundir com liberdade da), a liberdade religiosa, a liberdade de ensino e de educação, os direitos das crianças e os direitos ao trabalho, à saúde e mesmo ao uso livre da propriedade privada serão postos em causa, limitados ou mesmo, nalguns casos, aniquilados.

3. Acresce que considero que o combate à legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo perde muito da sua força e eficácia quando se renuncia à proclamação da verdade integral, e portanto também moral e antropológica, sobre este assunto. O calar, esconder, fingir, dissimular não são armas da Verdade. E o facto de apostar tudo no argumento, aliás de enorme peso, da adopção e da reprodução artificial como se tudo o resto não importasse não me parece suficientemente adequado.

4. Felizmente tenho entre os melhores amigos excelentes médicos psiquiatras que se distinguem pela seriedade, pela competência, pela doação de si mesmos, e que não embarcam em fantasias alucinatórias que descambam na mais vil desumanidade.

Nuno Serras Pereira

30. 12. 2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Um Natal diferente


Quem me roubou de mim mesmo que já não sou o que fui? Não me reconheço neste vazio e nesta solidão. Quem me arrebatou pedaços da alma? Quem me fragmentou, estilhaçou a inteireza em que antes vivia? Donde me vem este desnorte, este sem sentido, esta angústia vertiginosa? Pudesse ao menos chorar… mas não!, é como e tivesse sido sovado, tormento atordoado, um sonâmbulo esbodegado. Nada me acode neste suplício, nesta aflição ansiosa. Tudo se esvaiu, ninguém me preenche, agoniam-me todas as superficialidades que antes me entretinham, às quais apegado vivia. Que risos e festejos eram aqueles senão nadas que o nada antecipavam? Distracções da cinza, do pó a que tornaremos… Pois como desapareceram as minhas origens, os meus fundamentos, as relações que eram a consistência do meu ser? Como sou sem elas senão sendo o que não sou? Mas se não sou, como ainda me reconheço, embora outro de mim mesmo, dissipado que estou como cinza espargida ao vento sem forma que a determine e a identifique? Como é que este eu que é não eu pode ainda dizer eu? E quem é este eu?

Esta inquietude, este enigma prenhe de mistério, que a grande custo, num esforço desesperado, quebrou, escaqueirando as cadeias do seu sofrimento, a paralisia dos seus padecimentos, fê-lo empenhar-se com grandes fadigas, esmolar-se pelos seus semelhantes.

Como que anestesiado cumpriu os ritos familiares, agora sem eles, olhando alheio, como exterior ao que se passava, os filhos e demais parentes. Porque é que aquilo que devia ser festa e tanto alegrava os outros tinha para ele o travo de uma melancolia imensa? Luzes cromaticamente variegadas, árvore abundantemente enfeitada, presentes em embrulhos multiplamente coloridos, presépio pitoresco, cheio de beleza simples. Refeições pingues, vinhos excelentes, sobremesas de fazer inveja às iguarias conventuais. Mas o olhar permanecia mortiço, o rosto enevoado, a testa num franzimento sombrio.

No regresso a casa, após a ceia de Natal, ao parar num sinal vermelho, viu uma criança seminua de rosto radiante e de olhar profundo como um céu inter-galáctico, que trazia uma manjedoira às costas. Era uma visão deslumbrante que o invadiu de um grande fascínio mas também de um terror sagrado. Esquecido da restante família que transportava quedou-se pasmado e depois arrebatado por uma Presença que lhe dizia interiormente: não temas; Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, a origem e o destino, a eterna alegria sem fim, a felicidade plena, a consistência do mundo universo. Todos os que criei os quero em Mim. Deixa fazer-te criança como Eu. Abandona-te a Mim, como quando eras bebé no colo de tua mãe. Consente que Eu te refaça. Em Mim encontrarás tudo de bom que pensas ter perdido para sempre. Eu Sou Deus dos vivos e não dos mortos porque em Mim todos vivem.

Depois, o Menino saltou para a cobertura do carro, atravessou incólume o vidro que se manteve intacto, como outrora tinha nascido de Sua Mãe, estendeu-lhe a mãozinha e perguntou-lhe: dás-me o teu coração, dás-me o teu eu? Correram-lhe então lágrimas pela face e com voz embargada soluçou: é Teu Senhor. O Menino arrancou-lhe então o coração e enxertou-o no Seu. Em seguida dividiu o Seu e colocou-o no peito dele. Foi então que experimentando pela primeira vez ser realmente quem era exclamou: “pela graça de Deus sou o que sou”, “eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim … Ele que me amou e Se entregou à morte por mim”.

De repente sentiu-se a abanar, era o filho mais novo que, sem cerimónias, repuxando-lhe por detrás as orelhas repetia esganiçado: Pai! Pai! Está verde, pai! Está verde!

Então pela primeira vez, desde há muito, o pai sorriu, e riu com vontade soltando gargalhadas sonoras que deixaram todos estupefactos. E bradou, viva o Menino Jesus!, “meu amparo e minha fortaleza”!, “Deus forte, Príncipe da Paz”!


Nuno Serras Pereira

24. 12. 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Foi mesmo a 25 de Dezembro


Durante muito tempo ouvimos dizer que ninguém sabia a data em que nasceu o Menino Jesus. A data de 25 de Dezembro teria sido “baptizada” pelos cristãos romanos por se celebrar naqueles tempos a festa pagã do sol invicto. Assim como o sol que parecia ser derrotado, engolido pela escuridão da noite que se alongava, afinal se reanimava tomando forças de modo a ir crescendo e vencendo a obscuridade de modo semelhante a Luz que é Jesus Cristo, que foi coberta pela escureza sombria da morte ressuscitou derrotando as trevas do pecado. A verdade porém é que aquela festa se comemorava a 21 de Dezembro e não a 25. Por outro lado a Igreja primitiva, em particular as orientais, pouco tempo após a morte e Ressurreição de Jesus, começou a solenizar o nascimento do Deus humanado na noite de 25. Contra isto se levantaram vozes de alguns exegetas modernos que, apesar de não acreditarem na existência dos Anjos, negaram essa possibilidade porque, sempre segundo eles, não era possível que os Anjos aparecessem numa noite invernosa a pastores que guardassem rebanhos, pois estes teriam necessariamente recolhido aos apriscos. Esta protestação, no entanto, ignora as normas rituais de pureza que então vigiam. Naquele tempo, em Israel, havia três tipos de ovelhas: as brancas, as malhadas e as pretas. As primeiras, consideradas puras, depois do pasto, podiam recolher ao redil situado na povoação ou na cidade; as segundas, em virtude da lã preta entremeada com a branca, podiam, pela tarde, abrigar-se num curral, mas este teria de estar apartado de qualquer centro habitacional; finalmente, as negras, consideradas impuras, não gozavam do privilégio das outras mas tinham de permanecer dia e noite, de Verão e de Inverno, nos descampados acompanhados dos pastores que se revezavam continuamente. É bem de ver que as ovelhas negras prefiguravam aqueles pecadores que são, segundo as palavras do próprio Jesus, motivo da Sua vinda, pois veio a salvar o que estava perdido.

Já no século I a Igreja celebrava a Anunciação do Anjo a Zacarias, pai de S. João Baptista, a 23 de Setembro, e o nascimento deste a 24 de Junho. A descoberta dos manuscritos do Mar Morto e as investigações subsequentes nas grutas circundantes que levaram ao achamento de rolos manuscritos em muito bom estado veio confirmar, com o livro dos jubileus, esta antiga tradição da Igreja. De facto, por este manuscrito ficamos a saber que a semana em que entravam de serviço, no Templo, os Sacerdotes da classe de Abias, à qual pertencia Zacarias, tinha o seu início a 23 de Setembro e terminava a 30 do mesmo mês. Acrescentando 9 meses temos o 24 de Junho. Ora, pelos Evangelhos, nós sabemos, que logo após a Anunciação do Anjo à sempre Virgem Maria, portanto da Encarnação do Verbo no seu seio, ela se dirigiu “à pressa” para auxiliar sua prima Santa Isabel, grávida de seis meses (“ … já está no sexto mês aquela que é tida por estéril” – Lc 1, 37), que vivia a três dias de jornada. Seis meses depois da última semana de Setembro é a última semana de Março. A Igreja celebra a Encarnação de Jesus, Deus filho, acontecida aquando da Anunciação do Anjo, por virtude do Espírito Santo, a 25 de Março. Ora 25 de Dezembro é 9 meses depois de 25 de Março.

Como o Deus Criador e o Redentor, ou Salvador, são um único e mesmo Deus, o único Deus verdadeiro, compreende-se que tenha querido nascer na proximidade relativa do solstício de Inverno e que o Seu precursor, que disse de si mesmo “é preciso que eu diminua para que Ele cresça”, nascesse no solstício de Verão.

Nuno Serras Pereira

22. 12. 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Algumas perguntas ao Bispo de Viseu


1. O Senhor D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, deu uma entrevista saída hoje na revista Tabu (N. 171 – 18 de Dezembro de 2009, pp. 36-44), do jornal Sol, na qual afirma: “Não tenho nada a opor que dois gays, homens ou mulheres, queiram viver juntos. Respeito as opções de todas as pessoas.”. Donde, pergunto, a Sua Excelência Reverendíssima se respeita a opção:

a) De um pedófilo ter sexo com uma criança.

b) De dois irmãos, homens ou mulheres, praticarem actos sexuais entre si.

c) De uma mãe ter sexo com um filho adulto.

d) De um pai cometer actos sexuais com uma filha de maior idade.

e) De um casal, com mútuo consentimento, praticar o adultério.

f) De um homem casar, suposto o consentimento, com várias mulheres.

g) De um casamento poliamoroso (entre várias, mais do que duas, pessoas).

h) De se praticarem actos sexuais com animais.

i) De uma mulher abortar o seu filho nascituro.

j) De um marido espancar a mulher.

k) De uma mulher atenazar o seu marido.

l) De um tarado violar uma idosa.

m) De um racista discriminar pessoas de outra raça.

n) De um ladrão assaltar um banco.

o) De uma pessoa comer as fezes de outra.

p) De um terrorista fazer explodir bombas.

q) De um nazi matar judeus.

r) De um médico congelar embriões humanos e fazer experimentações com os mesmos.

s) De um médico cometer eutanásia, a pedido do doente.

t) De alguém cometer o “suicídio assistido”.

u) Etc.

Não pergunto a Sua Excelência Reverendíssima se não tem nada a opor a que um seropositivo não use preservativo nos actos sexuais a que se entregue porque aí o Senhor Bispo é taxativo, mostrando, inesperadamente, pouco respeito por quem tomar essa “opção”: “alguém que não evita uma relação, sendo seropositivo, está obrigado (cursivo meu) a usar um meio[1] que evite a propagação e a transmissão do vírus.”.

2. Gostaria ainda de perguntar a Sua Excelência Reverendíssima se a Igreja mudou, e quando, a Verdade que Jesus Cristo lhe comunicou sobre a indissolubilidade do matrimónio. De facto Vossa Reverendíssima depois de afirmar que a Igreja é contra o divórcio e de que o não aceita elenca várias situações ou “aspectos”, para usar a sua expressão, que sintetiza em quatro. Sobre este último, diz o seguinte: “… se não é possível[2] nenhum dos anteriores, a Igreja não quer, e não pode impor, um casamento que já não existe. Então se o divórcio é a única alternativa, a Igreja aceita que seja essa a decisão.”. O Senhor Bispo no primeiro aspecto já tinha considerado os casos de nulidade matrimonial. Agora fala de um casamento que aconteceu, real, verdadeiro, mas que pelos vistos desapareceu, dissolveu-se – “um casamento que já não existe”. De facto, se se afirma que já não existe, só se pode concluir que existiu. Portanto dissolveu-se, apesar de nenhum dos cônjuges ter morrido. Ora a Igreja, nas palavras do Senhor Bispo, não quer esse casamento que não o é (?) e, por isso, contradizendo o que tinha dito no início, afirma que aceita o divórcio.

3. Evidentemente que é possível que Sua Excelência Reverendíssima não tenha dito nada do que vem transcrito na revista e que tudo não passe de uma grande confusão da jornalista Liliana Garcia. Mas se assim for, deveria o Senhor Bispo desmentir e esclarecer as suas afirmações, uma vez que a sua repercussão só pode contribuir para uma maior confusão dos espíritos, com grave escândalo de muitos.


Nuno Serras Pereira

18. 12. 2009



[1] A pergunta era sobre o uso do preservativo.

[2] Antes, no segundo aspecto, tinha dito que “a Igreja acredita sempre na capacidade de conversão”. Agora pelos vistos, deixou de acreditar. Negar a possibilidade de Deus converter alguém parece uma negação da Sua Omnipotência.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Também enganarão o Papa?


1. Não tenho memória de um episódio eclesial tão sinistro e lamentável como o que foi protagonizado pelo Cardeal Bertone, aquando da inauguração da nova Igreja em Fátima, ao ser encaminhado, para dar a Sagrada Comunhão ao ministro Pedro Silva Pereira - grande promotor público da liberalização do aborto, até às 10 semanas, em Portugal, e agora co-responsável pela decisão tomada hoje pelo governo de legalizar o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Evidentemente que o Secretário de Estado da Santa Sé não podia suspeitar que os eclesiásticos presentes, incluindo Bispos, o estavam a armadilhar e, por isso, de boa-fé deu a Comunhão, em directo na televisão para todo o país, a um pecador público obstinado provocando, inconscientemente, um grande escândalo, ocasião de queda para muitos. Parece-me claro que quem é capaz de fazer uma enormidade destas a tal Eminência não fará cerimónia em fazer outra igual, aliás, sempre maior, ao Santo Padre. Pelo que se me afigura como muito avisado que, antes da visita do Papa a Portugal, alguém previna Sua Santidade daquilo que alguns membros da Igreja, cá, são capazes, de modo a evitar que tropece no laço que lhe estendam.


2. É muito triste verificar que ao longo de todo este processo que culminou na aprovação da proposta de Lei que legaliza o “casamento” civil entre pessoas do mesmo sexo não se ouviu nem a Conferência Episcopal nem nenhum Bispo a “afirmar com clareza o carácter imoral desse tipo de união; advertir o Estado para a necessidade de conter o fenómeno dentro de limites que não ponham em perigo o tecido da moral pública e que, sobretudo, não exponham as jovens gerações a uma visão errada da sexualidade e do matrimónio, que os privaria das defesas necessárias e, ao mesmo tempo, contribuiria para difundir o próprio fenómeno.”[1]; também, incompreensivelmente, nenhum Prelado denunciou o carácter gravemente injusto de tal legislação nem a ilegitimidade política e jurídica do governo ou da assembleia da república para legislarem sobre a matéria; outrossim não ensinaram que “ … se todos os fiéis são obrigados a opor-se ao reconhecimento legal das uniões homossexuais (“de modo claro e incisivo”[2]) os políticos católicos são-no de modo especial, na linha da responsabilidade que lhes é própria”[3], sendo que essa obrigação vincula a consciência e é moralmente grave; e como se compreende que se cale a descomunhão com a Igreja que resulta do comportamento omisso ou contrário a essa responsabilidade?

Depois, como justificar silêncios pesados de alguns e declarações, umas tontas, outras contraditórias, de outros?

3. Rezemos: “Deus vinde em nosso auxílio. Senhor socorrei-nos e salvai-nos”.



Nuno Serras Pereira

17. 12. 2009

[1] Congregação para a Doutrina da Fé, Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, 3 de Junho de 2003, memória de São Carlos Lwanga e companheiros, mártires.

[2] Idem

[3] Idem

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Interview: The Vatican on Just vs. Unjust Discrimination Based on Sexual Orientation - Ban on adoption, marriage, even military are not unjust discrim

By John-Henry Westen

NEW YORK, December 15, 2009 (LifeSiteNews.com) - During a human rights panel discussion at the United Nations last week, Rev. Philip J. Bené, J.C.D., Legal Attaché for the Permanent Observer Mission of the Holy See to the United Nations, reiterated a little publicized position of the Vatican regarding "violations of human rights against homosexual persons."

The December 10 statement, which Fr. Bené sent to LifeSiteNews.com (LSN) says "the Holy See continues to oppose all grave violations of human rights against homosexual persons, such as the use of the death penalty, torture and other cruel, inhuman and degrading punishment."

The panel discussion on "Opposing grave Human Rights Violations on the basis of Sexual Orientation and Gender Identity" was co-sponsored by the Permanent Missions to the United Nations of Argentina, Brazil, Croatia, France, the Netherlands, Norway and Sweden.

"The Holy See," the statement added, "also opposes all forms of violence and unjust discrimination against homosexual persons, including discriminatory penal legislation which undermines the inherent dignity of the human person." According to the Holy See representative, the statement was a virtual repetition of a statement made last December before the UN General Assembly.

In a written statement, sent to LSN, Fr. Bené quoted from the documents of the discussion, to provide the essential context for the Holy See statement.

The purpose of the panel discussion was to "explore grave and extreme human rights violations and discrimination occurring on the basis of sexual orientation and gender identity. Such violations include attacks on the security of lesbian, gay, bisexual, and transgender (LGBT) people, extrajudicial, summary or arbitrary executions, the practice of torture and other cruel, inhuman and degrading treatment or punishment, and arbitrary arrest or detention."

"For this reason," said the Holy See representative, "while referring to our position on the concepts of sexual orientation and gender identity, our statement focused only on the above-named violations."

In a telephone interview with LSN Fr. Bené said, "Certainly the Holy See does not advocate that lifestyle, and certainly is against same-sex adoption and same-sex pseudo-marriage, I would call it."

Fr. Bené explained to LSN that "The Church distinguishes between just and unjust discrimination."

He used the example of his 10-year-old niece not being permitted to marry - a situation, which, although clearly discrimination of a kind, "is just discrimination, because she's not old enough." He added: "Discrimination is not a bad thing in itself, but it has been interpreted that way."

A 1992 Vatican document by the Congregation for the Doctrine of the Faith spelled out some of the areas in which such discrimination is permissible. "There are areas in which it is not unjust discrimination to take sexual orientation into account, for example, in the placement of children for adoption or foster care, in employment of teachers or athletic coaches, and in military recruitment," says the document titled Some Considerations Concerning the Response to Legislative Proposals on the Non-Discrimination of Homosexual Persons.


Obispos britanicos, Amenazados con penas de prisión - La ministra de igualdad británica quiere condicionar los requesitos para el sacerdócio católico

... Los prelados no podrán impedir que sacerdotes ordenados se casen con mujeres, ni que formen una unión civil homosexual, bajo los preceptos de la ley de igualdad que prepara la ministra británica de Igualdad, Harriet Harman. Los obispos no estarán capacitados para impedir que los sacerdotes se realicen operaciones de cambio de sexo, mantengan estilos de vida abiertamente promiscuos, o realicen cualquier otro tipo de actividades que sean reconocidas como formas legales de expresión sexual. ... «Los partidarios de esta proposición de ley, no entienden por qué la Iglesia no tiene mujeres sacerdotes y clero homosexual, pero quieren que los tengan», ha explicado. «Los partidarios están muy ideologizados. Les encantaría que un transexual pleiteara para seguir siendo sacerdote». ... Ler Mais

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Casamento ou união civil?


A parvalheira das propostas dos partidos que se reclamam de raiz personalista e cristã, e que se propõem a cativar o voto dos católicos, é absolutamente inacreditável. A não ser que não se trate de idiotia mas sim de malignidade sinistra. Tem sido assim nas questões relativas à vida humana, à família e à sexualidade.

A propósito do insensatamente denominado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo a imbecilidade ou perversidade emerge de novo com surpreendente esperteza saloia. Querem eles, segundo os órgãos de comunicação social, contrapor à decisão do governo de “legalizar” o “casamento” entre sodomitas (aqueles que praticam actos sexuais com pessoas do mesmo sexo) a união civil dos ditos, como se não fora dar ao mesmo.

Uma vez que nos dias de hoje quem diz desassombradamente a verdade não tem pinga de credibilidade, ainda para mais se for católico – e com a agravante de ser Padre! (coisa horrorosa!!!!) -, socorrer-me-ei das supostas “vítimas”, os ideólogos sodomitas, que têm adquirido um estatuto e uma cobertura (mediática, entenda-se) incompreensíveis para qualquer mente sã. Como as suas palavras e reivindicações, nos tempos que correm, adquiriram o estatuto de Dogmas indiscutíveis e imperativos recolho-me à minha insignificância e concedo a palavra a John Corvino, membro do Independent Gay Forum, que após as derrotas sucessivas, para uma redefinição imediata do casamento, no ciclo eleitoral de 2004, nos USA, propõe que se aposte primeiro nas uniões civis: “ Uma legislação das uniões civis devidamente gizada poderá garantir TODAS as prerrogativas do casamento (apesar do nome diferente) … A nossa melhor estratégia (na maioria dos estados) para garantir as importantíssimas prerrogativas legais é lutar por elas em nome de “uniões civis”. A nossa melhor estratégia para assegurar a aprovação social (isto é, casamento sob o nome de “casamento”) consiste em garantir primeiro as prerrogativas legais. Então as pessoas olharão para as nossas uniões civis, perceberão que elas são virtualmente indistinguíveis dos casamentos, começarão a chamar-lhes casamentos, e gradualmente esquecerão as suas anteriores objecções. Foi isso que sucedeu na Escandinávia, e que está acontecendo em outros lugares da Europa.”[1]


Nuno Serras Pereira

11. 12. 2009



[1] John Corvino, “Civil Discourse on Civil Unions”, Betwween the Lines, January 19, 2005, http://www.pridesource.com/article.html?article=10939

U.K. Church Could Face Prosecution for Refusing to Ordain Women, Homosexuals: Bishops


By Patrick B. Craine

LONDON, England, December 10, 2009 (LifeSiteNews.com) - The Catholic Bishops of England and Wales have warned that they could be prosecuted under Britain's proposed Equality Bill for refusing to allow married men, women, practicing homosexuals, and 'transsexuals' into the priesthood, reports the Catholic News Service (CNS).

The Equality Bill seeks, in part, to apply anti-discrimination laws to churches and religious institutions, requiring them to hire practicing homosexuals and 'transsexuals' for positions such as youth workers.

The bishops stated, however, in a new brief to Catholic members of the House of Lords, that the bill also defines priests as employees, rather than treating them as officeholders.

While the bill includes a religious exemption for positions involving the celebration of liturgy or the teaching of doctrine, the bishops say that the priesthood would only be exempt if priests spend more than 51 percent of their time in such activities.

The bill will, effectively, make it "unlawful to require a Catholic priest to be male, unmarried or not in a civil partnership, etc.," the briefing states, "since no priest would be able to demonstrate that their time was wholly or mainly spent either leading liturgy or promoting and explaining doctrine."

"The bill fails to reflect the time priests spend in pastoral work, private prayer and study, administration, building maintenance, etc.," the bishops continue. "This contentious definition was drafted without consultation and has been maintained by the government despite the concerns of the bishops' conference and representations made by most religious bodies in the U.K."


Contact Information:

Solicitor General Vera Baird QC MP
Telephone: 020 7271 2406
Fax: 020 7271 2432
Email: geo.submissions@attorneygeneral.gsi.gov.uk

Rt Hon the Baroness Royall of Blaisdon
House of Lords
London
SW1A 0PW
Telephone: 020 7219 8652
E-mail: royallj@parliament.uk

See related LifeSiteNews.com coverage:

British Churches to be Forced to Hire Active Homosexual Youth Workers under Equality Bill
http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/may/09052201.html

"Equality" Bill Will Abolish Christmas in Public English Catholic Bishops Warn
http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/nov/09111803.html

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que é a APF – Associação para o Planeamento da Família?


I


1. No dia 5 de Outubro de 1998 o Sr. Presidente da República condecorou, com a “Ordem de mérito público”, a Associação para o Planeamento da Família (APF).


2. A APF é filiada da IPPF (International Planeed Parenthood Federation). As APF são, nas várias nações, o instrumento de que a IPPF se serve para espalhar a sua ideologia e alcançar os seus objectivos.[1]


Esta organização tem as suas origens em 1916 com a fundação, por Margaret Sanger, da American Birth Control League. Em 1942, porque o termo birth control suscitava resistências, por reacção à experiência nazi, muda o nome para Planned Parenthood Federation of America. Em 1948 Sanger forma o International Committee on Planned Parenthood (ICPP). “The Brush Foundation for Race Betterment, USA fez uma concessão inicial de $5.000 para o estabelecimento da sede geral em Londres e a Sociedade Eugénica[2] concedeu-lhe alojamento gratuito”[3]. M. Sanger ¾ que até à morte foi membro da Sociedade Americana de Eugenia,[4] bem como o seu sucessor Alan Guttmacher ¾ é membro fundador da IPPF (1952), a que presidirá, juntamente com Lady Rama Rau.


3. Atentemos nalguns factos relativos a esta organização. Em 1919 M. Sanger afirma: “Mais filhos dos aptos, menos dos inaptos; esta é a base do controlo de natalidade”[5]; em 1920 escreve: “o maior acto de misericórdia que uma família grande [toda a que tivesse mais de dois filhos] pode praticar para com um recém-nascido é matá-lo”[6]; defende (1921) a necessidade de “criar uma raça de sangue puro”[7], a segregação dos “imbecis e desadaptados” e a esterilização das “raças geneticamente inferiores”[8](1922); confessa, nesse mesmo ano, que “o super-homem é a finalidade do controlo dos nascimentos”[9]. Nos anos 30 elaborou um programa para implementar licenças de nascimento nos EUA. Quem quisesse dar à luz precisaria de uma autorização governamental: os deficientes físicos, ou mentais, e os pouco inteligentes não poderiam ter filhos; a família normal, um; algumas, dois; só as muitíssimo inteligentes poderiam ter três ¾ o máximo permitido.[10] Nessa mesma altura, na sua Birth Control Review (BCR), são publicados numerosos artigos advogando a esterilização obrigatória. Em 1932 redige o seu plano para a paz: “aos geneticamente inferiores da nossa população dê-se-lhes a opção entre a segregação e a esterilização”[11]. Em 1933 convida Ernst Rudin, chefe do programa nazi de eugenia, a escrever um artigo, publicado em Abril, sobre esterilização compulsiva[12]. Em 39 um editorial da BCR elogia o programa de controlo populacional nazi[13]. No mesmo ano confidencia numa carta: “Não queremos que se saiba que nos propomos exterminar a população negra [...]”.[14] Os primeiros programas de M. Sanger visaram as raças “geneticamente inferiores”, eslavos, latinos e judeus [ “human weeds ... a deadweight of human waste ... a menace to the race”[15]] e, em seguida, negros, índios e católicos.[16]


Em 1969 o sucessor de M. Sanger, A. Guttmacher, num comentário sobre os programas de controlo da população, previa a possibilidade de que, com o tempo, tornar-se-ia necessária a coacção[17]: “Cada país terá de decidir sobre a sua própria forma de coacção, e determinar onde e como deverá ser empregue. No presente, os meios são a esterilização compulsiva e o aborto compulsivo. Talvez um dia seja factível pôr em prática o controlo compulsivo de nascimentos”[18]. Nesse mesmo ano F. Jaffe, vice-presidente da P. Parenthood/World Population, num memorando, intitulado Examples of Measures to Reduce U.S. Fertility, propunha: restruturação da família: a) adiar ou evitar o casamento, b) alterar a imagem da família ideal; educação sexual obrigatória para as crianças; incrementar a percentagem de homossexuais; educar para a limitação da família; agentes de controlo da natalidade no fornecimento público de água; modificar as políticas de impostos: a) imposto de casamento substancial, b) imposto sobre os filhos, c) imposto conjugal superior ao individual, d) acabar com a isenção de impostos por paternidade, e) impostos adicionais para os pais com mais do que um ou dois filhos na escola.; reduzir/eliminar as dispensas de trabalho pagas e as regalias à maternidade; reduzir/eliminar subsídios aos filhos ou às famílias; bonificar casamentos tardios; eliminar pagamentos da segurança social depois dos dois primeiros filhos; exigir que as mulheres se empreguem e reduzir as instituições que cuidem dos filhos; limitar/eliminar financiamento público de cuidados médicos, bolsas de estudo, habitação, empréstimos e subsídios a famílias com mais de N filhos; aborto obrigatório para as gravidezes fora do casamento; esterilização obrigatória para todos os que tenham dois filhos, excepto para alguns que seriam autorizados a ter três; limitar a possibilidade de ter filhos, a um número reduzido de adultos; permissão de novas crianças dependente da situação do lote [de crianças]; desencorajar a propriedade privada de habitação e terminar com a concessão pública de habitação baseada no tamanho da família; pagamentos para encorajar a esterilização, a contracepção e o aborto; aborto e esterilização a pedido; tornar a contracepção verdadeiramente acessível a todos.[19]


A IPPF não só tem contribuído como se tem empenhado em que EUA continuem a sua contribuição para o Fundo de População das N.U. (FNUAP), que desde 1980 tem contribuído com milhões de dólares para o programa de controlo populacional na China, “cada casal um filho”[20] ¾ esterilização compulsiva e aborto forçado. Nesse programa as mulheres têm que obter uma licença, dum funcionário do partido comunista, para poderem engravidar. Estas autorizações são rigorosamente racionadas em cada área. As mulheres e respectivos maridos são sujeitos à propaganda e a interrogatórios constantes, quer no trabalho quer em casa, por meio de una rede de espias e agentes do governo, para evitar que sejam pais sem a licença. A mulher que engravide sem autorização, é submetida a vergastadas e privada da liberdade, sem poder mudar de roupa ou sequer ir à casa de banho, com os funcionários, revezando-se por turnos, gritando-lhe continuamente, durante semanas, que tem de “cumprir o seu dever para com o Estado e o Partido” até que aceite “voluntariamente” fazer o aborto.[21]


II

“Quanto ao coito diria que três vezes por dia estaria bem”[22]

(M. Sanger - carta à neta (16 anos) enaltecendo o valor do sexo antes do casamento).

1. Qual a posição das Associações para o Planeamento da Família sobre a educação sexual? Para que melhor se possa ajuizar, apresenta-se alguma informação, sobre esta questão, relativa à IPPF/APFs ¾ seus ideólogos e materiais que distribuem.

2. Numa obra dirigida aos pais, aconselha-se: “... quando virmos as crianças (5-7 anos) acariciando os órgão genitais, basta dizer: ‘eu sei que isso sabe bem, mas é um modo privado de se sentir bem. Procuremos um lugar onde encontres a privacidade de que precisas”[23]. Em relação às dos 8-12 anos, recomendam: “as crianças nesta idade precisam de muita informação explícita [...][24] para serem educadas sobre sexo seguro. “Devemos ensinar os adolescentes como excitarem oralmente os órgãos genitais e a masturbarem-se mutuamente [...][25]; e que “as relações sexuais sem risco para as lésbicas compreendem: o uso de protecção dentária de borracha para a estimulação oro-vaginal e oro-anal [...], o uso de luvas cirúrgicas para meter os dedos na vagina ou no recto da companheira ... e todas as outras coisas maravilhosas que as lésbicas fazem”[26], pois “não esperamos que as pessoas se ajustem a um modelo determinado ¾ que sejam heterossexuais, homossexuais ou bissexuais [...] seria aborrecido se as pessoas fossem todas semelhantes”[27]. Aliás, os que se opõem a tais práticas, assim como ao “incesto entre irmãos e irmãs e ao contacto sexual com animais[28] [...] são antiquados e desmancha prazeres”[29].


Como, evidentemente, a grande maioria dos pais não vai na cantiga, o êxito das APFs reside ultimamente na capacidade de subtraírem os filhos ao seu controlo, de modo a podê-los manipular à vontade.


Por isso, exigem que “os adolescentes (10-19 anos) devem ter acesso total à regulação da fertilidade [contracepção, esterilização[30] e aborto], informação e serviços, com a garantia de privacidade e confidencialidade”[31]. Isto é, os pais de uma criança, seja de que idade for,[32] não devem ser contactados sem a sua autorização[33] porque os “pais ¾ são as pessoas mais perigosas”[34] e os adolescentes têm, entre outros, “o direito de quererem, ou não, ter uma vida sexual activa ..., [o direito] à contracepção, ao aborto seguro [sic], à confidencialidade e a poder confiar naqueles que lhes oferecem ajuda” ¾ isto é, as APFs e os seus educadores nas escolas.


Não só os adolescentes, mas também as “crianças muito novas deviam ser autorizadas, e talvez encorajadas, a terem uma vida sexual plena sem interferência dos seus pais ou da lei”[35] , pois isso não só é inócuo como pode ser saudável: “Os efeitos maiores de tais incidentes [contactos sexuais entre uma criança e um adulto que não tenham sido forçados e sem violência] são causados não pelo evento, mas pelas reacções de escândalo, zanga, medo, choque dos adultos que dele tomam conhecimento [...] . São estas reacções imoderadas que podem causar qualquer dano psicológico que ocorra”[36]. Acresce que: “A distinção entre o incesto e o contacto saudável está na motivação. Se o motivo é simplesmente a expressão de amor e carinho e o dar uma sensação de conforto e de apoio, é saudável e bom; não o é, se a motivação específica do adulto é a excitação sexual e a gratificação”[37].

“Pode haver razões convincentes para promover a expressão livre e erótico-sexual das crianças [...]” e, por isso, a lei devia “reconhecer o direito da criança a uma escolha livre dos parceiros sexuais” embora “um peso extra [deva ser] colocado no adulto [...] de modo a assegurar que a participação da criança seja informada e voluntária” [38].

De facto, “os seres humanos, como outros primatas, requerem um período de ensaio sexual precoce.” Esses “jogos” com adultos “afecta-os beneficamente”[39]. E “as crianças têm o direito de se expressarem sexualmente mesmo com membros das suas famílias” já que “nem mesmo o incesto prolongado é necessariamente prejudicial”[40]. Aliás, “às vezes pode ser benéfico para as crianças”[41].

É, pois, necessário “aumentar a tolerância para com uma série de expressões da sexualidade”[42]. Com essa “finalidade convidam-se adolescentes de 16 anos a discutir as seguintes situações: a) os pais estão na cama a ter relações sexuais quando o filho de 3 anos entra no quarto. Incluem o filho no seu abraço. b) Uma mãe está a mudar a fralda do seu filho. Este mostra com risinhos que gosta que lhe toquem no pénis. Ela continua a tocá-lo. c) Um rapaz senta-se nos joelhos do avô. Este descobre-lhe os pêlos” [43].

3. Entre os consultores da revista sexual Penthouse houve vários proeminentes membros da IPPF/APFs e suas ramificações: Alan Bell, R. Chilgren, T. McIlvenna e Malcolm Potts. São também conhecidas as ligações à Multi-Media, Inc., produtora de filmes que não se distinguem dos da indústria pornográfica. E os editores de revistas sexuais, como a Playboy, também patrocinaram os aliados da IPPF/APFs com fundos significativos, para conduzirem campanhas legislativas e litígios[44]. Um aviso final para os católicos. Segundo esta gente, o desabrochar da liberdade sexual poderá corroer toda a estrutura da Igreja [45].


III

O único caminho que a IPPF e os seus aliados têm para ganhar a batalha

a favor do aborto a pedido é através da educação sexual” .[46]

Alan Guttmacher (sucessor de M. Sanger), 1973


1. Desde a sua fundação que a IPPF/APFs tem despendido milhares de milhões de dólares para a promoção, em todo o mundo, da educação sexual, da esterilização, da contracepção, e do aborto. No Plano Estratégico Visão Ano 2000 (1992), aprovado unanimemente pelas 140 filiais nacionais (APFs) da IPPF, determina-se a luta e a estratégia para a abolição de todas as leis que ainda proíbem o aborto.[47]


2. O termo ‘responsabilidade’, utilizado pelas APFs, tem um sentido muito diferente daquele que lhe é atribuído pelo senso comum. A responsabilidade, segundo eles, consiste em que os adolescentes recorram à contracepção, quando têm relações sexuais, e ao aborto, quando engravidam.[48] O “esquema” é o seguinte: primeiro distribuem manuais de educação sexual altamente chocantes, raiando a pornografia; os adolescentes, que poderiam ser castos, aprendem nesses livros que é perfeitamente normal, na sua idade, terem relações sexuais; por isso, vão às clínicas das IPPF/APFs comprar contraceptivos; quando estes falham, como acontece frequentemente, especialmente entre adolescentes, voltam às clínicas para abortarem.[49] Não é por acaso que o maior fornecedor de contraceptivos nos USA ¾ a Ortho Pharmaceutical - da Johnson and Johnson ¾ financia a educação sexual nas escolas.[50]


3. Que a prática da contracepção não resolve, antes agrava, o problema do aborto, não é uma “invenção do Papa”[51], mas um dado da experiência ¾ os estudos, realizados desde 1935[52] até hoje, confirmam-no abundantemente ¾ reconhecido pelos próprios propugnadores do aborto. Malcolm Potts “campeão” mundial dos abortistas, ex-director médico da IPPF, afirmou: “A prática do aborto e da contracepção estão intrinsecamente relacionadas entre si”.[53] “À medida que as pessoas se virarem para a contracepção, dar-se-à uma subida, não uma descida, na percentagem de abortos [...]”.[54] “As provas da subida na percentagem de abortos, devido ao aumento do uso dos contraceptivos, estão agora disponíveis no respeitante à Coreia, Índia, Taiwan, Irão, Turquia, Egipto e a algumas partes da América Latina”.[55] “Nenhuma sociedade controlou a sua fertilidade [...] sem recorrer a um número significativo de abortos. De facto, o aborto é frequentemente o ponto de partida no controlo da fertilidade”.[56] Uma médica e investigadora dos Brook Advisory Centres, Judith Bury ¾ “An ace abortionist” [57] ¾ confirma-o: “Há uma evidência esmagadora que, contrariamente ao que se podia esperar, a disponibilidade da contracepção leva a um aumento da percentagem de abortos” (1981)[58]. Já em 1955, numa conferência patrocinada pela PPFA, o Dr. Alfred Kinsey declarou: “Correndo o risco de me tornar repetitivo, quero recordar [...] que encontrámos a mais alta frequência de abortos provocados no grupo que, em geral, mais frequentemente usa contraceptivos”.[59] Dr. Louise Tryer, directora médica da PPFA, escreveu (1991): “Mais de três milhões de gravidezes não planeadas ocorrem todos os anos [...]; dois terços destas são devidas às falhas da contracepção”.[60] [61]


4. Atente-se, a título de exemplo, nos USA: O aborto sempre foi a questão nº1 para a PPFA (federação norte-americana das APFs). Esta organização possui a maior cadeia de clínicas de aborto nos USA: tem 900 clínicas, 130 das quais praticam o aborto. Em 1996 realizou 153.367 abortos nas suas clínicas e encaminhou 54.207 para outras. Nos últimos 28 anos realizou 2.500.000 abortos cirúrgicos: 46% são feitos em mulheres de minorias raciais, embora estas só constituam 20% da população. Defende o aborto para selecção sexual , por qualquer razão e em qualquer altura. Para além disso recomenda e distribui largamente ‘contracepção abortiva’ (MTX). Opõe-se a leis que obriguem ao consentimento informado, para quem quiser abortar, a períodos de espera para menores, ao consentimento ou notificação do pai ou do esposo, ao enterro ou cremação decente para os bebés abortados e ao estabelecimento de padrões para o licenciamento dos centros abortivos, que ajudariam a uma maior salvaguarda da saúde da mulher. Tentou forçar a Igreja Católica a prover à prática de abortos, em adolescentes, nos seus centros, levou a tribunal jornais liceais que se recusaram a inserir a sua publicidade e meteu processos judiciais para acabar com programas de educação sexual nas escolas baseados na castidade.[62]


5. O documento Inventing the Future (1985), da National Organization for Adolescent Pregnancy and Parenting e da March of Dimes, foi elaborado com a cooperação activa das IPPF/APFs. O seu objectivo: conseguir que, no ano 2008, todos os que vão à escola sejam, a partir da puberdade, obrigatoriamente, “imunizados” contra a concepção (aos 21 anos a “imunidade” seria anulada por uma vacina).[63] Importa recordar que esses “imuno-contraceptivos” funcionam, na realidade, como abortivos precoces.


A IPPF/APFs colaboram, ainda, estreitamente com a UNFPA, a UNICEF e a OMS. Estas organizações, juntamente com o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, emitiram, em Agosto de 1998, um impresso chamado “Informação da Mesa Redonda sobre os Tratados dos Direitos Humanos, a partir da perspectiva da Saúde da Mulher. Acentuando os Direitos Sexuais e Reproductivos.[64] Partindo do princípio que “os direitos humanos à saúde da mulher têm uns conteúdos, aceites internacionalmente, que transcendem a cultura, a tradição e as normas sociais” de cada povo, o texto afirma que “as legislações que proibam ou limitem o direito ao aborto [e] a liberdade reproductiva dos menores [o que inclui a contracepção, a esterilização e o aborto]” violam os direitos humanos.[65]


Por outras palavras, não só os pais não serão tidos nem achados, ignorando-se assim os seus direitos, no que se refere aos seus filhos, como se prepara a criminalização de toda a oposição ou resistência ao aborto. Não espanta, pois, que estejam em andamento tentativas várias de criação de um Tribunal Criminal Internacional com o poder de condenar, como crime contra a humanidade, toda e qualquer oposição a esse homicídio “particularmente perverso e abominável”[66] que é o aborto.[67] De facto, se a contracepção, a esterilização e o aborto são direitos humanos, quem atentar contra eles, Estado, pessoa ou grupo, será submetido a sanções.[68]


6. Em Portugal foi público e notório o papel activíssimo que a APF teve na defesa da liberalização total do aborto, até às 10 semanas, aquando do referendo, no ano passado (1998). O Presidente da República aproveitou a primeira ocasião, a seguir ao referendo em que o Não a essa liberalização saiu vencedor, para condecorar a APF, como já foi referido, com a “Ordem de mérito público”.


Nuno Serras Pereira

Novembro de 1998



[1] The Process of Policy Formulation Within the IPPF, IPPF Background Paper, abril de 1981, 3.

[2] Para compreender como o movimento eugénico continuou subterraneamente activo promovendo a esterilização, o aborto, a eutanásia, etc., Vide Bernard Schreiber, The Men Behind Hitler, La Haye¾Mureaux, France. Michael Golden, All Kinds of Family Planning, African Universities Press, 1981. Varlos Corsi Otalora e Marfa Cristina de Corsi, The structure of Genocide, Bogota, Colombia, 1981.Emerentienne de Lagrange, Marguerita-Marie de Lagrange e Rene Bel, Un complot Contre la Vie, Societe de Production Litteraire, 1979. Claire Chambers, The SIECUS Circle, A Humanist Revolution, Western Islands, 1977.

[3] Vera Houghton, “International Planeed Parenthood Federation, Its History and Influence (Part 2).” The Eugenics Review 53.4 (Jan. 1992): 201.

[4] “Today eugenics is suggested by the most diverse minds as the most adequate and thorough avenue to the solution of racial, political and social problems. I think you must agree [...] that the campaign for birth control is not merely of eugenic value, but is practically identical with the final aims of eugenics [...] birth control propaganda is thus the entering wedge for the eugenic educator.” M. Sanger, “The Eugenic Value of Birth control Propaganda”, Birth Control Review, October 1921.

[5] Birth Control Review, Maio 1919.

[6] M. Sanger, Woman and The New Race, Brentano’s Inc., p. 63,1920.

[7] Lema do número de Dezembro da Birth Control Review, Swarthmore College Library edition,1921.

[8] M. Sanger, The Pivot of Civilization, 1922.

[9] New York Times, 31 Jan. 1922.

[10] M Sanger, “The American Baby Code.”, The American Weekly, May 27, 1934. Cite-se, a título de exemplo: “ O casamento dará ao marido e à mulher o direito a uma habitação comum, mas não o direito à paternidade. [...] Nenhuma mulher terá o direito legal a dar à luz uma criança, e nenhum homem terá o direito de ser pai, sem uma licença de paternidade [...] Nenhuma licença de paternidade será válida para mais de que um nascimento”.

[11] Birth Control Review, A Plan For Peace, April 1932. Também “[...] to apply a stern and rigid policy of sterilization and segregation to that grade of population whose progeny is already tainted, or whose inheritance is such that objectionable traits may be transmitted to offspring [...] to apportion farmlands and homesteads for these segregated persons where they would be taught to work under competent instructors for the period of their entire lives”. Idem.

[12] Birth Control Review, “Eugenic Sterilization: An Urgent Need”, April 1933.

[13] James W. Sedlak, Deadly Deception, vol. I, p. 7, HLI, 1996.

[14] Carta privada a Dr. Clarence Gamble, 19 Dezembro,1939. In Sophia Smith Collection, Smith College, North Hampton, Massachusetts e Linda Gordon’s Woman’s Body, Woman’s Right: A Social History of Birth Control in AmericaI, New York, Grossman Publishers, 1976.

[15] M. Sanger, Birth Control Review, April 1933.

[16] Paul Marx, PhD, na introdução, p. i, in Donna Steichen, Population Control Goes to School, Human Life International. O ataque eugénico aos católicos não se deve somente a grande percentagem deles pertencerem a raças “geneticamente inferiores”, mas também por serem única força que mantinha uma oposição firme a esses programas. M. Sanger, antes de morrer (1966), recebeu o prémio “Humanista do Ano”, e Faye Wattleton, presidente da PPFA, recebeu-o em 1986. Este prémio, da Associação Humanista dos USA, é outorgado à pessoa que, durante o ano, mais se distingue na difusão da ideologia humanista. Alan Guttmacher assinou o Manifesto Humanista II (1973). Este manifesto defende o direito ao controlo da natalidade, ao aborto, ao divórcio, o direito à eutanásia e ao suicídio. Afirma “que a fonte dos valores morais é a vida humana. A ética é autónoma e de situação, dispensando o sancionamento teológico ou ideológico.”

[17] Robert Marshall and Charles Donovan, Blessed Are The Barren - The Social Policy of Planeed Parenthood, Ignatius Press, San Francisco, p. 319,1991.

[18] Cit. in idem. “[...] Guttmacher praised Dr. Gordon Perkin, former PPWP medical director, who had co-authred a population control document for Ghana that contained ‘mild incentives and coercives toward family limitation’, noting to readers of his periodic insider’s newsletter that Perkin had ‘been transferred to Accra for several months to implement the new policy.’” Ibidem, p. 39.

[19] Cf “Activities Relevant to the Study of Population Policy for the U.S.” Memorandum from Frederick S. Jaffe to Bernard Berelson, March 11, 1969.

[20] Promotion of Abortion in the Developing World, IPPF, assembleia de membros, Manila, Novembro 1995, p. 4.

[21] Family Youth Concern; Promotion of Abortion in the Developing World by IPPF, p. 4. "China's Child", Horizon, BBC2, 7 de noviembre de 1983. Steven Mosher, Broken Earth; The Rural Chinese, Collier MacMillan, 1983; John S. Aird, The Slaughter of the Innocents: Coercive Birth control in China (Washington: American Enterprise Institute, 1990). The Independent, 11 Setembro 1991. Steven Mosher, “A Mother’s Ordeal”. Reader’s DigestI, February, 1987.

[22] James W. Sedlak, opus cit, p. 3.

[23] Kids and AIDS, A Guide For Parents, p. 10 Abril 1994. Publicado pela filial dos USA da IPPF. Citado in James W. Sedlak, opus cit., p. 44.

[24] Idem.

[25] Debra W. Haffner, Siecus Report, Setembro/Outubro 1988

[26] I ThinK I Might be A Lesbian...Now what Do I Do, Folheto distribuído a adolescentes pelo escritório da PPFA em Rocky Mountains, Arvada, Colorado.

[27] Sol Gordon and Roger Libby. Citado in Robert Marshall and Charles Donovan, opus cit., p. 103.

[28] 2I have known cases of farm boys who have had loving sexual relationship with an animal and who felt good about their behavior [...] Any of the farm animals may become a sexual object ¾ ponies, calves, sheep, pigs, even chickens or ducks. Dogs are also commonly used, but cats rarely.” In Wardell Pomeroy, Boys and Sex, Delacorte Press, New York, 1981, pp. 171-172.

[29] Sobre Make it Happy, de Jane Cousins, in Valerie Riches - Foreword by Professor Sir Bryan Thwaites, MA, PhD, Sex and Social Engineering, Family and Youth Concern (The Responsible Society), 1986, p. 21.

[30] Nos USA, onde os programas de educação sexual nas escolas estão implementados vai para 30 anos, 47.6% das mulheres e 20.8% dos homens foram esterilizados aos 44-45 anos. In U.S. Census Avanced Data #182, 20 March 1990.

[31] The Human Right to Family Planning, IPPF, London, 1984.

[32] “According to Planeed Parenthood, of all the health care services that teens may require, th four services most needed are abortion, contraception, treatment od sexual transmitted diseases, and obstetric care. In fact Plan. Parenthood asserts that ten-year olds have the right to contraception, sterilization and abortion without their parent’s Knowledge!” International Planeed Parenthood Foundation, Adolescent Fertility, London, 1983, p. 31.

[33] cf. Family Planning Services, Memorandum of Guidance, Departement of Health and Social Security, May 1974 (A APF do Reino Unido colaborou na elaboração deste documento, cf obra seguinte p. 23). Citado in Valerie Riches, opus cit, p. 18.

[34] Ronald Butt (Porta - voz da APF inglesa), Putting Family Planning Before Family Happiness, The Time, 5 Abril 1974.

[35] Time, 7 Setembro, 1981, 69.

[36] Mary S. Calderone, cit. in Robert Marshall and Charles Donovan, opus cit, p. 126.

[37] Idem, p. 127.

[38] Larry L. Constantine, Ibidem.

[39] cf John Money, ibidem, p. 128.

[40] L. L. Constantine, ibidem.

[41] Wardell Pomeroy, ibidem.

[42] The Clarity Collective, Taught Not Caught, Learning Development Aids, 1985. Cit. in Valerie Riches, opus cit, p. 21.

[43] Valerie Riches, idem.

[44] Robert Marshall and Charles Donovan, opus cit, pp.122-124.

[45] “We also predicted that where Martin Luther failed to reform the Roman Catholic Church, the power of a blossoming sexual freedom would corrode it throughout its fabric”. Rustum and Della Roy, idem, p. 106.

[46] Cit. in Brian Clowes, PhD, HLI Reports, p. 2, Human Life International, April 1998. A educação sexual nos USA levou, entre 1970 e 1985, ao seguinte aumento: abortos 333%, nascimentos ilegítimos 103%, maus tratos a crianças 382%, divórcio 72%, doenças sexualmente transmissíveis 245%. In United States Department of Commerce, Bureau of the Census, Reference Data Book and Guide to Sources, Statistical Abstract of the United States, 1990. Mais eloquente é o crescimento entre 1960 e 1991: Abortions 800%, illegitimate birth rate 457%, child abuse 457%, divirce 133%, single parents families 214%, ‘living together’ 279%, veneral diseases 245%, teen suicide 214%, juvenile violent crime 295%. In B. Clowes, Ph. D., THE FACTS of LIFE, Human Life International, Front Royal, Virginia, 1997, p. 264.

[47] Para a IPPF a gravidez e os bebés podem ser tidos como doenças ou epidemias que se devem combater: “We have yet to beat our public health drums for birth control in the way we beat them for polio vaccine; we are still unable to put babies in the class of dangerous epidemics, even though that is the exact truth”. M. S. Calderone, Medical Director, Planeed Parenthood Federation of America, and founder of SIECUS, Medical Morals, newsletter, February-March 1968. “Unwanted pregnancy is transmitted sexually, is socially and emotionally pathologic [...] and has many other characteristics of the conventional venereal diseases”. W. Cates Jr., “Abortion as a Treatment for Unwanted Pregnancy: The Number Two Sexually-Transmitted Condition”. Adress presented to the Association of Planneed Parenthood Physicians Conference, Miami Beach, Florida, November 11-12, 1976.

[48] Cf James Sedlack, Exposing Planned Parenthood, SIECUS and Cohorts, conferência realizada no XVII Congresso Mundial de Human Life International em Houston, Texas, 15 a 17 Abril 1998, audio-cassete P-7-98040.

[49] B. Clowes, PhD, opus cit, 1998, p. 2. “It is clear that the family planning programs have contributed directly to an increase in the rate of abortion among teenagers” James Ford, MD, e Michael Schwartz, “Birth Control for teenagers: Diagram of disaster”, Linacre Quarterly, February 1979. “Instead of the expected reductions in overall teenage pregnancy rates, greater teenage involvement in family planning programs appears to be associated with higher, rather than lower, teenage pregnancy rates.” S. Weed e S. Olson, “Effects of Family Planning Programs for Teenagers on Adolescent Birth and Pregnancy Rates”, Family Perspective, Vol. 20, Number 3, p. 153. “Oral contraceptives, in fact, havr been linked by some to increasing STD rates by [...] leading to increased sexual activity [...] Epidemologic and biologic evidence seems to indicate that infection with Chlamydia Trachomatic is enhanced by oral contraceptives”. Robert Hatcher, editor, Contraceptive Technology, 1986-1987, 13 ed, revista, New York, Irvington Publishers, 1986, p. 137. “From 1971 to 1981 there was a 306% increase in Federal expenditures on family planning with a corresponding 48.3% increase in pregnancies and a 133% increases in abortion for women aged fifteen to nineteen [...] Those states with the highest expenditures on birth control [...] showed the largest increases in abortions and illegitimate births between 1970 and 1979.” George Mosbacker, “The Final Step: Clinics, Children, and contraceptives”, School-Based Clinics, p. 64.

[50] Donna Steichen, Population Control Goes to School, Human Life International, p. 19. Entre os principais financiadores encontram-se, ainda, as Fundações Rockefeller, Ford, Mellon, Hewlett, Carnegie, MacArthur e Kaiser Family. Cf. idem.

[51] “Afirma-se frequentemente que a contracepção, tornada segura e acessível a todos, é o remédio mais eficaz contra o aborto. E depois acusa-se a Igreja Católica de, na realidade, favorecer o aborto, porque continua obstinadamente a ensinar a ilicitude moral da contracepção. Bem vista, porém, a objecção é falaciosa. De facto, pode acontecer que muitos recorram aos contraceptivos com a intenção também de evitar depois a tentação do aborto. Mas os pseudo-valores inerentes à « mentalidade contraceptiva » — muito diversa do exercício responsável da paternidade e maternidade, actuada no respeito pela verdade plena do acto conjugal — são tais que tornam ainda mais forte essa tentação, na eventualidade de ser concebida uma vida não desejada. De facto, a cultura pro-aborto aparece sobretudo desenvolvida nos mesmos ambientes que recusam o ensinamento da Igreja sobre a contracepção. [...] Infelizmente, emerge cada vez mais a estreita conexão que existe, a nível de mentalidade, entre as práticas da contracepção e do aborto, como o demonstra, de modo alarmante, a produção de fármacos, dispositivos intra-uterinos e fárma­cos ad­ministrados por via oral ou injectáveis, os quais, distribuídos com a mesma facilidade dos contraceptivos, actuam na prática como abortivos nos primeiros dias de desenvolvimento da vida do novo ser humano.” João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 13.

Também Paulo VI, na Humanae Vitae, alertou, profeticamente, para os perigos da contracepção, não só a nível pessoal mas também social e político.

Já Mahatma Gandhi, apesar de pressionado por M. Sanger (a IPPF foi fundada em Bombaim), alertava: “Artificial methods [of contraception] are like putting a premium on vice They make men and women reckless [...] Nature is relentless and will have full revenge for any such violation of her laws. Moral resuts can only be produced by moral restraints. All other restraints defeat the very purpose for wich they are intended. If artificial methods become the order of the day, nothing but moral degradation can be the result. A society that has already become enervated through a variety of causes will still become further enervated by the adoption of artificial methods [...] As it is, man has sufficiently degraded women for his lust, and artificial methods, no matter how well-meaning the advocates may be, will still further degrade her.” D. G. Tendulkar (editor), The Collected Works of Mahatma Ghandi, Vols. 2 e 4. Published by the Ministry of Information and broadcasting, Government of India. Cit in F. A. S. Antonisamy, Wisdom for All Times: Mahatma Gandhi and Pope Paul VI, On Birth Regulation, Family Life Service Centre, Archbishop’s House, Pondicherry 605001 India, june 1978.

[52] Entre outros vide: Regine Stix, Mill Bank Memorial Fund Quarterly, 1935; Raymond Pearl, The Natural History of Population, Oxford University Press, London and New York,1939.

[53] Malcolm Potts, Peter Diggory y John Peel, Abortion, Cambridge University Press, London, 1970. p. 230.

[54] Report, Cambrige Evening News, 7 February 1973. Cit. in Valerie Riches, opus cit, p. 23.

[55] M. Potts, MD, e Clive Wood, editors, New Concepts in Contraception, Baltimore, University Park Press, p. 12.

[56] Malcolm Potts, Fertility Rights, The Guardian, 25 April 1979..

[57] in Paul Marx, PhD, Faithful for Life, Human Life International, 1997, p. 49.

[58] Judith Bury, Sex Education for Bureaucrats, The Scotsman, 29 June 1981. Christopher Tietze, também abortista, declarou: “The safest regimen of control for the unmarried and for married child-spacers is the use of traditional methods [ of contraception] backed up by abortion; but if this regimen is commenced early in the child-bearing years, it is likely to involve several abortions in the course of her reproductive carreer for each woman who chooses it.” C. Tietze, J. Bongaarts, e B. Schearer, “Mortality Associated with the Control of Fertility”, Family Planning Perspectives, January-February 1976.

[59] Alfred Kinsey, numa Conferência sobre aborto provocado, patrocinada por Planeed Parenthood. Cit. in Mary Calderone, MD, Directora Médica de Planeed Parenthood of America (editor). Abortion in the United States, New York, Paul B. Hoeber, Inc., 1956, p. 157.

[60] Dr. Louise Tryer, letter, Wall Street Journal, 26 April 1991.

[61] “I suggest to you that, for the individual, the role of abortion will be, as it has been, the second line of defense against harmful pregnancy and the unwanted child. These are contraceptives failures. The societal role will require that we see family planning in a true light: no matter how thin you slice it, ladies and gentlemen, family planning is a euphemism. We don´t intend or desire to prevent conception for conception sake; we want to prevent conception because of what follows conception. Family planning is the prvention of births, and as birth is the end of sequence which beguins with the sexual urge, then family planning is anti-conception, anti-nidation, and the termination of the conceptus if implanted. This is the societal role of abortion in the future.” Prof. Irvin Cushner, John Hopkins School of Medicine, no Symposium sobre Implementation of Therapeutic Abortion, International Hotel, Los Angeles, 22 a 24 Janeiro, 1971. Cit. in Marriage and Family NewsLetter, July 1971, p. 3.

[62] Cf. B. Clowes, PhD, opus cit, pp. 1,2 e 11.

[63] Arizona Right to Life News, dezembro, 1998, p. 3.

[64] Pbro. Dr. Juan Claudio Sanahuja, Noticias de la ONU, Número 05/99. Informe nº 142
Buenos Aires, 17 de enero 1999.

[65] Cf. Idem.

[66] João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 58.

[67] Catholic Family and Human Rights Institute, Friday Fax, Vol. I, Number 25, April 3, 1998.

[68] Cf. Juan C. Sanahuja, opus cit.